A osteoartrite é uma doença degenerativa das articulações caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos. Esse processo leva ao atrito entre as superfícies ósseas, provocando dor, rigidez, inflamação e limitação de movimento. Embora o envelhecimento seja um dos principais fatores associados, ele não é o único. Lesões articulares prévias, obesidade, sedentarismo e predisposição genética também contribuem significativamente para o desenvolvimento da doença. A cartilagem tem a função essencial de reduzir o impacto e facilitar o movimento. Quando ela se deteriora, a articulação perde a capacidade de absorver choques, tornando-se mais vulnerável a microlesões e inflamações. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com algum grau de osteoartrite, sendo mais comum nos joelhos, quadris e mãos.

Movimento e fortalecimento muscular como aliados

Um dos fatores mais importantes para preservar a saúde articular é o movimento. O sedentarismo acelera o enfraquecimento muscular, o que aumenta a sobrecarga sobre as articulações. Práticas como caminhada, natação, pilates e musculação leve ajudam a manter o equilíbrio entre força e flexibilidade. O fortalecimento dos músculos ao redor das articulações, especialmente em regiões como joelhos e quadris, atua como uma proteção natural, reduzindo o impacto direto sobre os ossos. Segundo pesquisas da Universidade de Harvard, pessoas que mantêm uma rotina regular de exercícios apresentam menor progressão da osteoartrite e menos dor crônica. O segredo está na constância e no tipo de atividade: movimentos de baixo impacto e controlados são os mais recomendados para quem deseja proteger as articulações a longo prazo.

A influência da alimentação e da hidratação

A dieta tem papel fundamental na saúde articular. Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, peixes de água fria e azeite de oliva, auxiliam no combate à inflamação. Já nutrientes como vitamina D, cálcio e colágeno são essenciais para manter a integridade dos tecidos articulares. Além disso, manter o peso corporal adequado reduz significativamente a pressão sobre articulações de sustentação, como joelhos e tornozelos. A hidratação também merece destaque. A cartilagem é composta majoritariamente por água, e sua elasticidade depende desse equilíbrio. Beber líquidos em quantidade suficiente contribui para a lubrificação articular e para o bom funcionamento das estruturas de suporte. Pesquisas da Arthritis Foundation apontam que uma hidratação adequada pode ajudar a diminuir a rigidez e o desconforto articular em pacientes com osteoartrite.

Prevenção e hábitos de longo prazo

A prevenção da osteoartrite não se limita apenas à atividade física e alimentação. O cuidado com a postura, o uso de calçados adequados e a atenção às cargas diárias sobre as articulações são igualmente relevantes. Movimentos repetitivos, levantar peso de forma incorreta ou permanecer longos períodos em uma mesma posição são fatores que aceleram o desgaste. Dormir bem e controlar o estresse também fazem parte da rotina de cuidado. O excesso de cortisol, hormônio liberado em situações de estresse crônico, pode favorecer processos inflamatórios e piorar sintomas articulares. O conjunto de pequenas atitudes diárias tem efeito cumulativo, podendo reduzir significativamente o risco de degeneração articular ao longo dos anos.

A osteoartrite é uma condição silenciosa no início, mas que pode impactar profundamente a qualidade de vida se não for controlada. Preservar as articulações exige uma abordagem integrada, baseada em movimento, nutrição equilibrada e hábitos saudáveis. Cuidar do corpo desde cedo é o caminho mais eficaz para envelhecer com liberdade de movimento, conforto e independência.

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