Já que somente o paciente consegue descrever a dor crônica, cabe ao médico o papel de direcionamento: perguntando sobre a localização, duração e intensidade. Nesses casos, uma ferramenta muito comum é a “escala da dor”, uma espécie de régua, em que o paciente avalia o incômodo através uma nota, de 0 (mais fraca) a 10 (mais forte). Tudo isso como forma de tornar mais concreto os sintomas.
Considerando que outras condições podem levar à dor crônica, o médico poderá solicitar exames para determinar se existe um dano na articulação ou tecido que justifique esta dor. Por exemplo, ele pode recomendar a realização de uma ressonância magnética para determinar se a dor é decorrente de uma hérnia de disco, um raio x para saber se existe osteoartrite ou um exame de sangue para verificar a presença de artrite reumatoide. Alguns dos exames que podem ser solicitados no diagnóstico da dor crônica:
A dor crônica é uma condição limitante, que afeta diretamente a vida dos pacientes antes mesmo de ser diagnosticada. Como se não bastasse estar sempre com dor, o indivíduo pode acabar sendo alvo de preconceito e exclusão, o que colabora para dificultar ainda mais o diagnóstico da doença.
Em grande parte dos casos, os pacientes acabam desistindo de procurar ajuda ao ter as queixas minimizadas e, por fim, naturalizam um estado que não é saudável. Com o passar do tempo, isso repercute não só na saúde, como no bem-estar e convívio social.
A demora em definir o diagnóstico também pode ser outra fonte de ansiedade. Para reverter esse quadro, é essencial um acompanhamento psicológico e total troca entre médico e paciente. Como dito no início deste texto, a dor crônica é uma condição complexa e, portanto, merece um acompanhamento conjunto: com profissionais multidisciplinares para o cuidado e alinhamento das expectativas com o paciente.
O mais importante no manejo da dor crônica é realizar o correto diagnóstico e identificar a sua causa. A partir de então, o médico poderá escolher as melhores estratégias para o controle e alívio álgico, melhorando, consequentemente, a qualidade de vida.
Toda fonte de incômodo é motivo para investigação. Não banalize a dor que sente. Procure ajuda!
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FA-288-19 – Out/2019
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