OS RISCOS DO TRATAMENTO INCORRETO DA HPB

Apesar de comum, principalmente depois dos 50 anos de idade, a Hiperplasia Prostática Benigna (ou HPB) pode trazer grandes impactos

Apesar de comum, principalmente depois dos 50 anos de idade, a Hiperplasia Prostática Benigna (ou HPB) pode trazer grandes impactos à qualidade de vida dos homens. Essa condição se caracteriza por um aumento benigno da próstata, que pode comprimir parte da uretra e interferir no armazenamento ou esvaziamento da bexiga e no fluxo normal da urina.1,2

O tratamento a ser adotado depende tanto dos resultados de exames que confirmam o aumento do volume da próstata, quanto da intensidade dos sintomas do trato urinário inferior e de como eles afetam a vida do paciente1-3. Os objetivos são sempre a melhoria dos sintomas e da qualidade de vida, assim como a prevenção de complicações relacionadas com a evolução da HPB.3

Em geral há quatro formas de tratar a HPB:

  • Observação – quando os sintomas são leves ou sem complicações, é possível que o médico observe e acompanhe de forma criteriosa o paciente para verificar se os sintomas progridem com o tempo, sem intervenção terapêutica.
  • Terapia medicamentosa
  • Terapias minimamente invasivas
  • Tratamento cirúrgico

Se não acompanhada e tratada devidamente, a HPB pode gerar complicações sérias como:

  • Hidronefrose2: dilatação do rim que acontece devido à obstrução da uretra e consequente acúmulo da urina. Além do inchaço da região renal, essa condição pode gerar dor nos rins/no fundo das costas, urina com sangue, febre e calafrios.4
  • Insuficiência renal pós-renal2: condição em que os rins não conseguem funcionar como deveriam, pois, a produção de urina está normal, mas sua eliminação não. Apesar de não ter sintomas na fase inicial, é progressiva e silenciosa, fazendo com que os rins parem de funcionar aos poucos, colocando a vida da pessoa em risco. Se a obstrução for eliminada ainda no estado agudo, os rins conseguem voltar ao normal.5
  • Pedras na bexiga2: a obstrução da uretra pode gerar um desequilíbrio na constituição da urina, que pode resultar em pedras constituídas de ácido úrico, oxalato de cálcio ou fostato-amônio-magnésio (este último associado a infecções por bactérias). Pode ser assintomática ou causar dores no ventre, sangue na urina, jato de urina fraco e entrecortado, hesitação, urgência de urinar e dor na glande, entre outros sintomas. Seu tratamento pode envolver cirurgia, dependendo do tamanho da pedra.6
  • Infecções urinárias de repetição2: são definidas como de repetição as infecções do trato urinário que ocorrem 3 ou mais vezes por ano.7 Como a bexiga não consegue se esvaziar completamente, aumenta a probabilidade de as bactérias proliferarem e desencadearem uma infecção, que pode causar febre com ou sem calafrios, sangue na urina, dores no ventre ou na região lombar, náuseas e vômitos, micções muito frequentes e dor, desconforto ou ardor durante a micção.8

Para evitar essas e outras consequências, é essencial buscar o acompanhamento médico e se manter firme no tratamento.

E já que a HPB ocorre em faixas etárias semelhantes à da neoplasia prostática (ou câncer de próstata), é necessário também o acompanhamento dos níveis do PSA (antígeno prostático específico), pois o diagnóstico diferencial determina qual o tratamento que será realizado.2

É importante lembrar que, como forma de prevenção, homens a partir dos 50 anos devem fazer consultas periódicas com um urologista para acompanhamento de rotina, mesmo sem apresentar qualquer sintoma.

Referências bibliográficas:

  1. PROJETO DIRETRIZES. SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE. Hiperplasia Prostática Benigna. São Paulo: AMB/CFM; 2006. Disponível em: http://pt.slideshare.net/CassyanoJCorrer/projeto-diretrizes-hiperplasia-prosttica-benigna. Acesso em: 11 de jul. 2016.
  2. AVERBECK, M.A. et al. Artigo de Revisão: Diagnóstico e tratamento da hiperplasia benigna da próstata. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 54 (4): 471-477, out.-dez. 2010. Disponível em: http://www.amrigs.org.br/revista/54-04/021-519_diagnostico.pdf. Acesso em 11 de jul. 2016.
  3. POMPEO, A. C. L. et al. Recomendações SBU: HPB. Sociedade Brasileira de Urologia, Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: http://sbu.org.br/pdf/recomendacoes/livro_uroneurologia_hpb.pdf. Acesso em: 11 jul. 2016.
  4. Frazão, A. L. A. Hidronefrose. Tua Saúde, 2013. Disponível em: http://www.tuasaude.com/hidronefrose/. Acesso em: 22 jul. 2016.
  5. MEDIPÉDIA. Insuficiência renal aguda. 2012. Disponível em: http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=282. Acesso: 22 jul. 2016.
  6. Torricelli, F. C. M.; Mazzucchi, E.; Danilovic, A.; Coelho, R. F.; Srougi, M. Tratamento cirúrgico da litíase vesical: revisão de literatura. Rev Col Bras Cir. [periódico na Internet] 2013;40(3). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v40n3/11.pdf
  7. Moreira, P. Infecções Urinárias de Repetição do Adulto. Acta Urológica 2006, 23; 2: 85-92. Disponível em: http://www.apurologia.pt/acta/2-2006/act-jun-23-2.pdf. Acesso em 22 jul. 2016.
  8. Programa Harvard Medical School-Portugal. Infecções urinárias nos homens. Disponível em: https://hmsportugal.wordpress.com/2011/03/10/666/. Acesso em: 22 jul. 2016.

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