Imagine o seguinte cenário: uma criança que ainda se diverte com brincadeiras inocentes, mas que percebe mudanças no corpo que não são iguais ao dos amigos e amigas. Desenvolvimento dos seios, surgimento de pelos, aparecimento de odores… Esses são só alguns dos sintomas indicativos da puberdade precoce. Trata-se de um cenário, no mínimo, perturbador. É preciso atenção e paciência dos cuidadores para lidar com a situação de forma a preservar o bem-estar físico e mental dos pacientes.
Você lembra quando passou pela puberdade? A adolescência é uma época muito incerta, na qual mudanças físicas e confusão emocional juntam-se a uma verdadeira montanha-russa de sensações. Agora, pense em tudo isso acontecendo ainda na infância. É o que ocorre na puberdade precoce.
A culpa, é claro, é dos hormônios. Sendo antecipada ou não, a puberdade é um período de mudanças de comportamento provocada por alterações hormonais. Somado a isso, há ainda, fatores externos decorrentes das transformações físicas: constrangimentos na escola ou na rua e falta de sintonia entre o amadurecimento físico e emocional.
A puberdade precoce pode ser tratada. São as sequelas emocionais que ficam do período que são o verdadeiro perigo na vida dos pacientes. Além do círculo de relacionamento infantil, é preciso ficar atento, também, como essas crianças são abordadas pelos adultos, que podem tratá-las com uma maturidade que elas ainda não têm.
O corpo pode parecer maduro, mas a cabeça ainda é infantil. Exigir que os comportamentos correspondam ao que o seu exterior aparenta pode causar muita frustração e tristeza. Outra fonte de atenção é a sexualização precoce. Por começarem a atrair olhares precocemente, o despertar sexual dessas crianças também pode despertar de forma precoce, sem a preparação adequada.
O primeiro passo para lidar com a condição é que os próprios cuidadores procurem ajuda especializada para entender o tema e tirarem dúvidas. Esse apoio pode ser tanto de um psicólogo ou do pediatra. A puberdade precoce não é tão assustadora quanto parece, o que ficará ainda mais claro com essa conversa e irá acalmar os ânimos dos responsáveis para o próximo passo.
Após esse momento de aprendizado, é hora de conversar com a criança. Mesmo com uma mentalidade infantil, ela já percebeu as mudanças que está passando. Afinal, ela está vivendo tudo isso na pele. O que ela não consegue entender é como lidar com essas transformações.
Para isso, use uma linguagem apropriada para não assustá-la. Se preferir, peça ajuda ao médico. Não existe um manual para ter essa conversa. O principal é ter sensibilidade para perceber as reações da criança e, assim, ir direcionando o assunto. O principal é desmistificar as transformações de forma didática e afetuosa, mostrando que a condição não irá alterar seu dia-a-dia.
Porém, se mesmo assim a criança apresentar problemas, como isolamento social, baixa autoestima, estresse e ansiedade, é importante buscar um psicólogo. O acompanhamento especializado irá ajudá-la a expor sentimentos e aprender a lidar com eles. O importante é preservar a infância mesmo em um quadro de puberdade precoce para que a criança possa aproveitar de maneira plena todas as fases do crescimento.
FA-453-20 – Julho/2020
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