Dor
Para avaliar se um tratamento está sendo eficaz na dor crônica, é preciso contextualizar a situação. Sabemos que ela pode gerar uma queda na qualidade de vida, desânimo, depressão, irritabilidade (gerando até um problema de convivência com a família e amigos), fadiga (muito cansaço) e baixa produtividade no trabalho. Além do critério principal, que é a melhora do sintoma da dor por si só, deve-se refletir também se estas consequências acarretadas por ela também estão melhorando (por exemplo, mudança positiva no humor, retomada das atividades sociais).2
Outro aspecto importante a ser lembrado são as expectativas que cada um tem em relação ao tratamento. Algumas pessoas acreditam que os sintomas desaparecerão instantaneamente após o seu início. No entanto, esquecem que todo medicamento tem um período para agir após a ingestão. Além disso, além dos medicamentos, podem ser necessárias algumas mudanças no estilo de vida (dieta, atividades físicas, atividades relaxantes, psicoterapia etc.) que atuam simultaneamente aos efeitos do remédio.2 É muito importante abordar a dor tanto fisicamente quanto emocionalmente. Portanto, embora a medicação para dor crônica possa ser eficaz em seu controle, não é a única ferramenta disponível quando se trata de tratamento da dor e nem deve ser a única fonte utilizada.3
Ainda falando sobre expectativa, digamos que, após vários meses de tratamento de uma determinada dor, uma pessoa que a apresentava semanalmente passou a ter a cada 15 dias ou mensalmente. Embora isso possa parecer, à primeira vista, um claro motivo para qualquer um ficar contente, muita gente se frustra, pois não houve cura total. Acontece que esse indivíduo de fato teve uma melhora com o tratamento, ainda que parcial. Essa melhora pode parecer óbvia para uns, mas não para outros e pode estar relacionada à expectativa que ele criou a esse respeito.2
De acordo com um estudo que avaliou maneiras de melhorar a qualidade do tratamento da dor, um dos principais indicativos de resultados do tratamento é a satisfação do paciente. Portanto, converse com seu médico, avalie periodicamente seus sintomas, melhoras/ pioras, possíveis efeitos adversos. Juntos vocês poderão direcionar o tratamento rumo a resultados mais satisfatórios.4
1. Amigos Múltiplos pela Esclerose. Seu tratamento está funcionando? Disponível em: https://amigosmultiplos.org.br/noticia/seu-tratamento-esta-funcionando/. Acesso em: set. de 2019.
2. Feldman A. O Tratamento da Enxaqueca Está Funcionando? Disponível em: https://www.enxaqueca.com.br/blog/tratamento-da-enxaqueca-funcionando/. Acesso em: set. de 2019.
3. Rodriguez D. Know Your Pain Treatment Options. Disponível em: https://www.everydayhealth.com/pain-management/pain-treatment.aspx. Acesso em: set. de 2019.
4. Wells N, Pasero C, McCaffery M. Improving the Quality of Care Through Pain Assessment and Management. In: Hughes RG, editor. Patient Safety and Quality: An Evidence-Based Handbook for Nurses. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality (US); 2008 Apr. Chapter 17. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK2658/. Acesso em: set. de 2019.
FA-288-19 – Out/2019
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