Epilepsia
Você já se deparou com uma pessoa olhando para o nada, e você chama essa pessoa e a pessoa não responde e aí você pensa que é só uma distração? Pois é, às vezes isso pode ser outra coisa.
Muitas vezes as pessoas confundem crises de ausência com o Starring Spells, ou seja, apenas uma distração, pois não sabem identificar. Por isso, neste artigo você saberá como identificar uma crise de ausência, diferenciar os tipos de crises e ainda falaremos sobre o Starring Spells, confira!
O diagnóstico de crise de ausência é eletroclínico, ou seja, é necessário somar duas informações: as características clínicas dos eventos, e as suas características eletrográficas.
Durante as crises de ausências típicas, o paciente interrompe o que estava fazendo, assumindo uma expressão facial imóvel. Esse episódio começa e termina de modo súbito. Após em média de 5 a 30 segundos, ocorre plena recuperação, sendo capaz de retomar o que estava sendo feito anteriormente.
Esses eventos podem ser muito frequentes, ocorrendo dezenas de vezes durante o dia. Esse tipo de crise pode ser desencadeado pedindo para o paciente hiperventilar durante a consulta ou durante a realização do EEG (Eletroencefalograma).
O traçado encefalográfico típico, mostra o início paroxístico de complexo espícula-onda lenta generalizados, rítmicos numa frequência maior que 2,5 Hz.
A ausência é atípica, quando o EEG mostra complexos espícula-onda lenta mais lentos, ritmados a menos de 2,5 HZ.
As ausências são classificadas como crises generalizadas, não motoras. Essa nomenclatura está sendo discutida na literatura, e um dos motivos é que durante a crise de ausência, podem ocorrer manifestações motoras sutis como:
Nas chamadas crises focal disperceptiva, o indivíduo também pode apresentar parada do comportamento e olhar vago durante a crise.
Mas as crises costumam cursar com sintomas diversos antes da perda de consciência, queimação abdominal, mal-estar e angústia. Os fenômenos motores são mais proeminentes, as crises duram mais tempo e são sucedidos por um período de confusão pós ictal.
O EEG mostra atividade epileptiforme focal. A classificação correta do tipo de crise, é o primeiro passo em direção ao diagnóstico e ao planejamento do tratamento.
As crises de ausência típicas aparecem nas epilepsias generalizadas genéticas, por exemplo, a epilepsia ausência da infância e a epilepsia mioclônica juvenil.
As crises de ausência atípicas costumam ocorrer nas epilepsias graves na infância como a síndrome de Lennox- Gastaut e a síndrome de Dravet.
As crises focais disperceptiva ocorrem nas epilepsias em que há suspeita de uma lesão focal.
Cada um desses grupos tem idades de início, evolução, presença de comorbidades e resposta ao tratamento bem diferentes.
Por fim, nem todo episódio de parada do comportamento e olhar vago é necessariamente de natureza epiléptica.
Dentre os muitos diagnósticos diferenciais estão os “Starring Spells”. Esse tipo de episódio ocorre em crianças quando estão distraídas, geralmente na frente da TV ou no carro. Diferente da crise de ausência, o Starring Spells:
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Referências Bibliográficas:
http://www.nnc.ufmg.br/hp/medicina/Seminario/Epilepsia/eletroen.htm
https://victorbarboza.com.br/o-que-sao-crises-de-ausencia/
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