A puberdade é uma fase repleta de transformações que levam a altos e baixos físicos e mentais. Agora, já imaginou passar por tudo isso ainda na infância? É o que acontece com quem tem puberdade precoce, uma condição que antecipa a maturidade sexual em meninos e meninas.

Apesar da incidência de casos estar em expansão, ainda não se sabe exatamente as causas do problema. Cientistas e pesquisadores apontam alguns fatores físicos e ambientais associados ao desenvolvimento da condição. O quadro varia de acordo com o sexo do paciente e, inclusive, o histórico familiar.

O que causa a puberdade precoce?

As causas da puberdade precoce são diferentes entre meninos e meninas. Em geral, para elas, 90% dos episódios são idiopáticos, ou seja, sem uma origem determinada. Já para eles, a situação é mais perigosa. De acordo com o Ministério da Saúde, 2/3 dos casos em meninos são associados a alterações neurológicas, sendo 50% provocados por tumores.

Porém, independente do sexo, o tempo é um fator precioso: quanto antes forem percebidas as mudanças e a criança encaminhada a um médico, mais chance de interromper a evolução da puberdade e causas patológicas decorrentes.

Algumas das possíveis causas da puberdade precoce:

• Nutrição inadequada: nas meninas, o tecido gorduroso secreta estrogênio, provocando alterações hormonais que podem servir de gatilho para a puberdade antes da hora.

• Influência genética: se o relógio biológico dos pais também foi acelerado, os filhos têm maior risco de entrar na puberdade antes do tempo.

• Fatores emocionais: episódios de estresse familiar, violência ou a morte de alguém próximo

• Contaminações químicas ambientais e hormônios presentes em alguns alimentos, como o leite e a carne vermelha.

• Doenças, como tumores nos ovários e nos testículos, cistos ovarianos, disfunção nas glândulas adrenais.

Tratamento e cuidados

Para tratar da puberdade precoce é preciso, antes, identificar a origem da condição. Se ela estiver relacionada a doenças como tumores e modificação nas gônadas, o primeiro passo é cuidar dessa parte. Só depois o médico irá avaliar a necessidade de administração de algum medicamento.

Quando a condição é ocasionada por alterações no sistema nervoso central, o tratamento é feito diretamente com remédios. O papel deles é bloquear a liberação dos hormônios que estão provocando o quadro e fazer com que ele regrida.

Entretanto, é importante destacar que nem toda criança com puberdade precoce vai necessitar de tratamento. Em alguns casos, o quadro pode estar avançado, o que impossibilitaria frear o avanço da condição através de acompanhamento medicamentoso.

Antes de tudo, é necessário uma avaliação clínica completa, previsão da estatura final, idade óssea e pelo momento puberal da criança ao iniciar o tratamento. Só após essa análise o médico saberá orientar e decidir a melhor terapia para cada paciente.

Se for o caso de um tratamento medicamentoso ou não, o paciente e cuidador devem se comprometer em seguir com as consultas de controle. No primeiro caso, para que o médico observe a resposta ao medicamento, e no segundo, para avaliação da progressão da puberdade e do crescimento do paciente.