Bexiga Hiperativa
A Bexiga Hiperativa afeta cerca de 17% da população adulta de ambos os sexos. Nas mulheres, durante a idade reprodutiva, a condição apresenta prevalência entre 8 a 50%, aumentando com a idade e atingindo até 80% das idosas internadas em hospitais ou em casas de repouso. Nos homens, a bexiga hiperativa está muitas vezes associada à hiperplasia prostática benigna (HPB) e consequente obstrução das vias urinárias.
As causas da bexiga hiperativa não estão bem estabelecidas, mas provavelmente essa condição tem origem em vários fatores diferentes, incluindo:
doenças que afetam o sistema nervoso, como: a esclerose múltipla, doença de parkinson, doença vascular cerebral e o Alzheimer;
questões físicas, como a obstrução vesical (da bexiga), o prolapso genital, alguma anormalidade nos receptores vesicais, fraqueza nos músculos do assoalho pélvico;
fatores comportamentais, como o consumo bebidas ricas em cafeína, por exemplo.
Alguns fatores de risco também estão associados a bexiga hiperativa:
Pessoas brancas e pessoas com diabetes insulinodependente têm um risco aumentado.
Os indivíduos com depressão têm três vezes mais chances de desenvolver bexiga hiperativa.
Pessoas acima de 75 anos, artrite, terapia de reposição hormonal oral e aumento do IMC (índice de massa corpórea) também são fatores de risco.
Além disso, as mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento, como a diminuição da capacidade da bexiga e as alterações no tônus muscular, favorecerem o desenvolvimento da bexiga hiperativa.
O diagnóstico é clínico e baseado no conjunto de sintomas apresentados, sendo a urgência urinária o principal deles. É fundamental afastar a suspeita de infecção urinária, de condições metabólicas ou de outras doenças que podem disfarçar o quadro. Por isso, são feitos exames físicos e de urina e, para alguns pacientes, exames e procedimentos adicionais. O diário miccional e os questionários de sintomas urinários são uma importante ferramenta na avaliação do paciente com bexiga hiperativa.
O tratamento é composto, principalmente, pelas terapias conservadoras — como o treinamento vesical (da bexiga), as estratégias de controle vesical, o controle da ingestão de líquidos e o treinamento do assoalho pélvico— e por medicamentos. Essas duas frentes de tratamento podem ser conjuntas ou individuais. Em casos persistentes ou que apresentem muitos efeitos colaterais aos medicamentos, pode ser indicada a injeção de toxina botulínica no detrusor (músculo que se contrai durante a micção para expulsar a urina da bexiga), a estimulação periférica do nervo tibial ou a neuromodulação sacral (uma espécie de marca-passo para a bexiga).
Ainda não há evidências suficientes sobre formas de prevenir a bexiga hiperativa. No entanto, hábitos saudáveis parecem reduzir o seu impacto, como reduzir a obesidade e o tabagismo, evitar o consumo de bebidas alcóolicas e reduzir a ingestão de chás, cafeína, sucos cítricos e chocolates.
Referências
IUGA (INTERNATIONAL UROGYNECOLGICAL ASSOCIATION). Overactive Bladder: A Guide for Women. Site da IUGA. Disponível em: http://c.ymcdn.com/sites/www.iuga.org/resource/resmgr/leaflet/Overactive_Bladder.pdf. Acesso em 21 de jun. 2017.
CAVALCANTE, G. et al. Bexiga Hiperativa Idiopática: Tratamento Conservador não-medicamentoso. Site da Sociedade Brasileira de Urologia. Disponível em: http://sbu.org.br/pdf/diretrizes/novo/bexiga_hiperativa_idiopatica_tratamento_conservador_nao_medicamentoso.pdf. Acesso em 21 de jun. 2017.
Portal da Urologia. Bexiga hiperativa. Disponível em: http://portaldaurologia.org.br/doencas/bexiga-hiperativa/. Acesso em 21 de jun. 2017.
Portal da Urologia. Neuromodulação para distúrbios da micção. Disponível em: http://portaldaurologia.org.br/faq/neuromodulacao-para-disturbios-da-miccao/. Acesso em 21 de jun. 2017.
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