O estresse é uma defesa natural do organismo. Ao se ver ameaçado ou em uma situação de perigo iminente, o organismo redistribui as fontes de energia para possibilitar uma reação de defesa. O problema é que, quando esse estado de alerta persiste por muito tempo, causa muitos danos à saúde.1
No mundo de hoje os perigos e ameaças mudaram. Em vez de fugir de um predador faminto, as pessoas sentem-se ameaçadas pela possibilidade de perder o emprego ou um relacionamento, pela falta de dinheiro, por ter uma doença crônica, pela pressão da sociedade sobre a aparência ou os bens materiais, pelo escasso tempo de lazer entre os afazeres e o trânsito das grandes cidades, entre tantas outras situações. Os riscos são outros, mas o corpo continua reagindo da mesma forma, por isso o estresse, e também suas consequências, são tão presentes em nosso cotidiano.1,2
Como nem toda fonte de estresse pode ser evitada, o jeito muitas vezes é saber como lidar com a situação da melhor forma possível2,3. Veja abaixo algumas dicas que podem ser úteis nessa empreitada:
- Faça pausas para algo divertido. Quando o estresse está alto, momentos de descontração podem parecer um luxo, mas são importantes para diminuir a tensão. E o bom é que não precisa ser nada muito elaborado, às vezes só fazer uma caminhada curta, ouvir a sua música preferida ou conversar com um amigo já ajuda. Agora, se tiver mais tempo, faça alguma atividade que você goste e proporcione uma “pausa” para o seu cérebro, como dança ou artesanato. Ao manter o foco nas mãos ou no corpo, o seu cérebro relaxa e o seu bem-estar aumenta.2,3
- Foque no que é bom. Antes de reclamar do trânsito ou do clima quando alguém lhe perguntar como você está, pense em algo positivo que tenha acontecido recentemente, como ter conversado com alguém que não via há tempos ou um novo passatempo que tenha começado recentemente. Recontar situações ruins pode fazer com que você fique estressado de novo ou que o nível de estresse aumente ainda mais. Já quando você conta uma situação positiva, pode amenizar os efeitos negativos do estresse.3
- Pratique atividades físicas. Além de liberar hormônios do bem-estar como as endorfinas, ajudar a regular o sono, diminuir sintomas associados à depressão e aumentar a energia, o foco e a sensação de calma2, os exercícios físicos regulares aparentemente podem fazer com que você fique mais resistente ao estresse, segundo um novo estudo da Princeton University3.
- Escolha ser feliz. Você não pode controlar tudo o que acontece à sua volta, mas pode escolher qual será a sua resposta para cada situação. Se você for fechado no trânsito, por exemplo, é sua escolha se irritar e xingar o outro motorista ou sorrir, ficar feliz porque nada aconteceu e deixar para lá. Nem sempre é fácil, e você terá que praticar constantemente, mas é possível escolher o que vai ou não afetar o seu humor.3
Viva o presente. Pode parecer clichê, mas nunca se sabe como será o dia de amanhã, por isso, deve-se aproveitar o hoje. Saia com a sua câmera para fazer um passeio e fotografar tudo o que achar bonito, interessante ou engraçado. Isso vai treinar o seu olhar para ver as coisas de outra forma, mesmo sem uma câmera por perto. Quando estiver com alguma pessoa querida, fale com ela como se fosse a última conversa de vocês e pense no que você gostaria de lembrar deste encontro. A questão não é ser mórbido, mas sair do “piloto automático” e pensar no que cada pessoa e momento significa para a sua vida.3
Fontes:
Referências bibliográficas:
- LOURES, D. L.; et al. Estresse Mental e Sistema Cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 78, n. 5, p. 525-530, Mai 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2002000500012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 05 Dez. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2002000500012.
- GREENE, L. A. Best and Worst Ways to Cope With Stress. Health. Disponível em: http://www.health.com/health/gallery/0,,20765943,00.html. Acesso em 05 dez. 2016.
- MCCARTHY, J. Starting right now, how to let go of tension and grab more joy from life—every single day. Health, 2012. Disponível em http://www.health.com/health/condition-article/0,,20589567,00.html. Acesso em 05 dez. 2016.