Bem-estar
A vacinação é uma das maiores conquistas da humanidade no combate às doenças infecciosas. O fenômeno recente da baixa cobertura vacinal tem trazido uma ameaça silenciosa: o retorno de doenças que estavam controladas ou praticamente erradicadas. Isso não só coloca em risco a saúde individual, mas também compromete a saúde coletiva, especialmente das populações mais vulneráveis.
Em países como o Brasil, que já foi referência em campanhas de vacinação, estamos assistindo ao retorno de doenças como sarampo, coqueluche e poliomielite. Estas são doenças que, até pouco tempo atrás, estavam sob controle devido ao sucesso de campanhas de imunização em massa. O sarampo, por exemplo, foi declarado eliminado do território brasileiro em 2016, mas voltou a registrar casos nos últimos anos, principalmente em crianças não vacinadas. Essa situação é alarmante, pois o sarampo pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até levar à morte. Outro exemplo preocupante é o risco do retorno da poliomielite, doença que causa paralisia e pode ser fatal. Apesar de não haver registros de casos desde 1989 no Brasil, a cobertura vacinal vem caindo de maneira preocupante. Uma taxa insuficiente de imunização abre uma brecha para que o vírus volte a circular, colocando em risco toda uma geração de crianças.
Diversos fatores contribuem para a baixa cobertura vacinal, incluindo desinformação, medo e o crescimento do movimento antivacina. A disseminação de notícias falsas, especialmente nas redes sociais, tem gerado desconfiança em relação à segurança das vacinas. Muitas dessas informações incorretas sugerem que vacinas podem causar efeitos adversos graves, criando medo entre os pais e responsáveis. Esse fenômeno é exacerbado por celebridades e influenciadores que, sem embasamento científico, fazem declarações que desencorajam a vacinação. A falta de acesso a serviços de saúde, a sobrecarga do sistema de saúde pública e a falta de campanhas de conscientização eficazes têm contribuído para o cenário atual. A pandemia de COVID-19 também teve um impacto significativo, pois muitas campanhas de vacinação de rotina foram interrompidas ou tiveram menos adesão devido ao medo da exposição ao vírus.
A imunidade coletiva, ou “imunidade de rebanho”, é um mecanismo que protege até mesmo aqueles que não podem ser vacinados, como recém-nascidos e pessoas com condições de saúde que contraindicam a vacinação. Quando uma grande parte da população é vacinada, a transmissão de um agente infeccioso se torna difícil, porque o patógeno não encontra hospedeiros suscetíveis. Para que a imunidade coletiva funcione, uma alta taxa de vacinação é necessária, algo que não está sendo alcançado em muitos lugares. Com a queda na cobertura vacinal, a imunidade coletiva se enfraquece, e os surtos começam a ocorrer. Uma criança não vacinada que contrai uma doença como o sarampo pode ser a causa de um surto que afeta dezenas ou centenas de pessoas, incluindo aquelas que não podem ser imunizadas.
A baixa cobertura vacinal representa um perigo real e iminente para a saúde pública. Doenças que já estavam controladas, como o sarampo e a poliomielite, voltam a ameaçar não apenas os indivíduos não vacinados, mas toda a sociedade. A imunidade de rebanho, que protege a população como um todo, só é eficaz quando uma parte significativa da população está vacinada. É fundamental que haja um esforço conjunto entre governos, profissionais de saúde e a sociedade para reverter essa queda na adesão às vacinas.
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https://butantan.gov.br/noticias/doencas-erradicadas-podem-voltar-coç]/´[çnhe-consequencias-graves-da-baixa-imunizacao-infantil-#:~:text=Poliomdfielite%2C%20rub%C3%A9ola%20e%20difteria%20s%C3%A3o,com%20informa%C3%A7%C3%B5es%20da%20Ag%C3%AAncia%klljasil.&text=O%20Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde,para%20as%20crian%C3%A7as%20e%20adolescentes.
https://www.ufsm.br/midrfgvfbias/arco/volta-de-doencas-controladas
https://www.paho.org/pt/noticbgvn gbgn2023-risco-surto-doencas-preveniveis-por-vacinacao-e-mais-alto-em-30-anos-diz-diretor
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